Desde 2004, quando Alexander Osterwalder apresentou a sua tese sobre o modelo de negócios, que mais tarde originou em 2010 o famoso livro Business Model Generation, surgiram muitas propostas de modelagem visual para auxiliar o planejamento e o acompanhamento do trabalho em diferentes áreas. Com base nesta idéia, o autor José Finocchio Júnior, especialista em gerenciamento de projetos, lançou em 2013 o livro Project Model Canvas, que tem se tornado uma referência como ferramenta visual para o gerenciamento de projetos.
Entretanto, por existir diversas opções de canvas e abordagens de planejamento, o que seria adequado empregar em um projeto de desenvolvimento de sistemas, visto que não há uma receita de bolo e nem bala de prata, e sempre existirá a necessidade de adequar (ou não) ou de decidir pelo emprego de algum método, devido ao tamanho e complexidade do projeto?
Como estamos falando de gerenciamento de projetos, a partir deste e dos próximos artigos desta série, serão apresentadas algumas características das ferramentas que poderão ser utilizadas, com intuito de sugerir uma proposta de metodologia integrada para este tipo de gerenciamento.
Project Model Canvas
O livro Project Model Canvas, lançado em 2013 pelo autor José Finocchio Júnior, descreve as características de uso desta modelagem, das quais podemos destacar duas características importantes:
As 4 etapas de construção do Canvas
- Conceber: Onde são respondidas as 6 perguntas fundamentais de um projeto – Por que? O que? Quem? Como? Quando? e Quanto?;
- Integrar: Na sequência, garante-se a consistência entre os blocos e estabelece-se a integração entre os componentes do modelo;
- Resolver: Consiste na identificação dos pontos em que a montagem do canvas apresenta problemas por causa de indefinições, falta de informação ou contradições;
- Comunicar e Compartilhar: Depois de concluído o processo de planejamento, o canvas servirá como base para a geração de outros documentos do projeto, sejam eles apresentações, cronogramas, orçamentos, ou até mesmo planos do projeto.
Os componentes do Canvas
- Justificativa: A descrição do problema atual ou demandas não atendidas que motivam a realização do projeto;
- Objetivo: Deve ser descrito de maneira específica, mensurável, alcançável, realista e delimitada no tempo (S.M.A.R.T.);
- Benefícios: Descreve a geração de valores conquistados no futuro, após a implantação do projeto;
- Produto: Deve apresentar a descrição de um produto ou serviço único, no sentido de que nunca foi feito antes;
- Requisitos: Apresenta a lista das funcionalidades que o sistema pode oferecer;
- Partes Interessadas (Stakeholders): É a identificação dos principais interessados pelo projeto e seu resultado.
- Equipe: É a identificação de todos aqueles que trabalham e efetuam entregas do projeto, incluindo terceiros.
- Premissas: São as suposições arbitrariamente dadas como certas sobre o ambiente externo e fatores externos ao projeto, os quais não estão sob o controle do gerente de projeto.
- Entregas: São os componentes produzidos pelo projeto e que se integrados constituirão tudo o que é produzido no projeto.
- Restrições: São as limitações de qualquer natureza e origem impostas ao trabalho realizado pela equipe do projeto.
- Riscos: São os eventos futuros, e incertos que tem relevância para os objetivos do projeto. A sua identificação e análise, incluindo o planejamento de respostas aos riscos, são essenciais para a preservação e continuidade do projeto.
- Linha do Tempo: Apresenta uma distribução macro dos prazos de início e conclusão das entregas do projeto.
- Custos: Apresenta uma consolidação macro por entregas dos custos necessários do projeto (mão de obra, materiais, equipamentos, etc.)
Referências Bibliográficas
JÚNIOR, José Finocchio. Project Model Canvas: gerenciamento de projetos sem burocracia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013
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